A troca de experiência presencial das professoras Tricia e Patricia foi interessante, mas, na minha opinião, perdemos boa oportunidade de crescermos enquanto educadores, uma vez acabamos por não expor as próprias experiências sobre a leitura do artigo da professora Tricia. Ao tentarmos saber como é o sistema de ensino americano, suas falhas e pontos fortes, deixamos de experienciar o nosso modo de ver e ser enquanto educadores, deixando de contar as nossas próprias experiências. Esse momento só passou a acontecer quando tivemos os encontros via videoconferência, altamente enriquecedores. Poder ouvir os próprios colegas relatarem suas visões sobre o panorama da Educação Brasileira me fez refletir sobre a importância de se investigar mais a fundo pesquisas que tratem sobre educação, suas políticas públicas, avanços e uso das tecnologias digitais.

Para mim a experiência de interagir e discutir a pedagogia Paulo freiriana com pessoas de uma outra nacionalidade foi enriquecedora. Do ponto de vista dos conhecimentos trocados na interação virtual posso dizer que foram significativos para pensar uma pedagogia crítica que se debruça sobre questões de gênero, raça e desigualdade social. As contribuições geradas pela disciplina vão além da experiencia de conhecer outros pesquisadores que se utilizam da teoria crítica de Paulo Freire, permeiam a compreensão do que eles pesquisam e como as nossas pesquisas encontram pontos de convergência entre temas e objetos de pesquisa. Para além disso, posso dizer que ler Paulo Freire e discutir sobre sua obra com pessoas de outra nacionalidade me fez, e faz, pensar que a pedagogia crítica pode contribuir para o desenvolvimento das práticas educativas para a autonomia dos indivíduos e para liberdade no Brasil e no mundo.

A interação entre os alunos foi prazerosa e a sensação, de fato, era de uma sala de aula diferenciada. A inexistência da distância geográfica nos oportunizou uma experiência única, fomos ouvintes e participantes ativos de uma discussão relevante com a professora americana, Dra. Tricia Kress, sobre os aspectos da filosofia educacional de Paulo Freire e a Pedagogia Crítica.

Outro aspecto relevante que chamou bastante a atenção dos discentes foi a participação de professores norte-americanos que, de forma crítica e acolhedora, compartilharam suas experiências pedagógicas com a turma. Em um destes momentos, a professora convidada participou durante toda a aula, compartilhando o seu fazer docente e também respondendo a questionamentos feitos pelos estudantes que estavam refletindo sobre questões da educação brasileira e norte-americana, numa perspectiva comparada.

A experiência com a professora Tricia Kress também me deixou muito feliz. Dividir reflexões sobre o nosso patrono da educação brasileira, Paulo Freire, e a sua pedagogia crítica em uma perspectiva internacional motivou ainda mais a seguir com a pesquisa no campo da educação, com a certeza de que existe muito terreno para atuar e disseminar práticas educativas que sejam inclusivas e dinâmicas.